terça-feira, 15 de março de 2011

Os Verdadeiro Homens e Mulheres da Luta

Há homens que lutam um dia, e são bons;
Há outros que lutam um ano, e são melhores;
Há aqueles que lutam muitos anos, e são muito bons;
Porém há os que lutam toda a vida
Estes são os imprescindíveis

Bertold Brecht

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Como eles se aproveitam da crise

A crise que nós vivemos hoje em dia é uma crise do sistema capitalista. Um sistema que mais cedo do que tarde terá o seu fim. Um sistema contraditório, que se auto consome, pois tem por base uma ideologia idealista que não está ligada à real concepção e evolução do mundo nem da sociedade.
É um sistema em que a classe dominante (os capitalistas) não olha a meios para atingir os fins, com o único objectivo que é a obtenção de lucro, explorando tudo e todos.
Essa exploração desenfreada origina crises, pois a população quanto mais explorada é, menos poder de compra tem e é a maioria da população que trabalha e produz que é ao mesmo tempo consumidor, movimentando a economia.
Como os lucros das empresas têm vindo a diminuir (devido ao reduzir do poder de compra) tudo serve para tentar manter e aumentar os lucros, como a influência exercida junto dos sucessivos governos (PS, PSD, com ou sem o CDS) que alteram as leis, conquistadas com a luta dos trabalhadores, de acordo com os interesses da classe dominante (os capitalistas). Exemplo disso são os cortes nos subsídios de férias e de Natal; o salário mínimo prometido, de 500 euros em 2011 congelado; o aumento do IVA, que afecta quem menos pode, porque quem tem muito dinheiro não faz diferença pagar mais uns trocos mas para quem ganha o ordenado mínimo todos os euros fazem falta.
Porque será que um banco paga muito menos de impostos que uma pessoa normal que trabalha todos os dias e que contribui para o desenvolvimento do país?
É tudo uma questão de opções políticas, exigindo sacrifícios para todos. O que não acontece na prática, pois os trabalhadores estão realmente a fazer cada vez mais sacrifícios, enquanto os bancos e as grandes empresas continuam a ter lucros incríveis.
Enriquecendo os banqueiros emprestando, com juros, o dinheiro dos trabalhadores que depositam os seus ordenados, pois sem produzir nada, tudo o que geram é mais dinheiro, lucro.
A BANCA PAGA CADA VEZ MENOS IMPOSTOS E MENOS AOS TRABALHADORES, TENDO A TAXA EFECTIVA DE IMPOSTO PAGA PELA BANCA SIDO APENAS 4,3% EM 2009 (1)

As empresas, com o pretexto da crise, exigem mais sacrifícios aos trabalhadores. Despedindo muitos, sobrecarregando os que ficam. Criando assim o “exército” de desempregados para subvalorizar os ordenados e as condições de trabalho, aumentando a precariedade. Aumentando a ofensiva, pois com o aval do governo no que diz respeito às leis e à sua aplicação, o patronato exerce pressões aos trabalhadores porque sabe que pode despedir e estará logo alguém disponível para um posto de trabalho com condições e ordenado inferior.

(1) http://www.fnsfp.pt/pdf/ER332010.pdf

Nuno Francisco

sábado, 13 de março de 2010

Situação Laboral


No Litoral Alentejano a situação dos jovens trabalhadores tem vindo a piorar cada vez mais. Grande parte dos jovens estão desempregados, e os que trabalham, a maior parte é em situação precária. Muitos também, emigram na esperança de uma situação laboral melhor, pois já não têm grandes prespectivas de futuro na sua região nem mesmo no País.
Numa região entre a palnície e o mar como é o caso do Litoral Alentejano, o tipo de emprego varia basicamente entre a agricultura, os serviços relacionados com o turismo nos meses de verão e também no complexo industrial de Sines.
Na agricultura predomina o trabalho sazonal. As empresas de trabalho temporário estão a ganhar terreno, sendo autênticas “praças de jorna”, contratando jovens por curtos períodos de tempo ou apenas durante uma sementeira. Com ordenados míseros sujeitam-se a trabalhar “de sol a sol” e às vezes mais horas para ganhar mais uns trocos. Uma coisa da época fascista, em que, mesmo com toda a brutalidade do regime, os trabalhadores uniram-se e conquistaram as oito horas de trabalho. Uma grandiosa vitória para o pova português.
Numa altura em que se assinala os 35 anos da reforma agrária, os grandes latifundiário continuam a explorar brutalmente os operários agricolas, recolhendo destes, todo o seu lucro. Por isso a máxima “ a terra a quem a trabalha” está bastante actual.
Sem grandes prespectivas de futuro e evolução na área da agricultura, os jovens procuram trabalho nos bares, restaurantes e unidades hoteleiras que no Verão se enchem de turistas.
Aqui a exploração também é brutal. Também se trabalha imensas horas, muitas vezes as horas extras são pagas como horas normais e também existe trabalhadores que não têm qualquer tipo de vínculo, estando ao dispor do patrão para qualquer serviço. E no final da época de Verão são despedidos sem direito ao subsídio de desemprego e sem sequer terem feito qualquer descontos para a Segurança Social.

No complexo industrial de Sines há vários tipo de vínculos laborais, muito devido à organização dos trabalhadores que conquistaram os seus direitos. Mas ultimamente as relações laborais têm se vindo a degradar e o capital a ganhar terreno a olhos vistos.
As empresas de trabalho temporário são como cogumelos, sendo sub-contratadas pelas empresas “mãe” como a Galp, a REPSOL ou a EDP.
A maioria dos jovens trabalhadores do complexo têm vínculo precário, com contratos de um mês ou à hora, que se vão renovando, assim a vontade do patrão. Em vez das empresas “mãe” contratarem directamente os seus trabalhadores e dividirem os lucros entre os trabalhadores, os patrões dividem os lucros das empresas e os salários são cada vez mais reduzidos.
Queremos um vínculo de trabalho efectivo referente a um posto de trabalho permanente. E um aumento real dos salários.
Na REPSOL, depois do lay-off, a maior parte dos jovens tabalhadores que não tinham vínculo efectivo não voltaram ao trabalho. Também alguns jovens que estagiavam ficaram sem prespectiva de futuro nos quadros da empresa, quando no fim do estágio foram dispensados.
Ou seja, há muitos despedimentos e ao mesmo tempo há uma sobrecarga de trabalho nos trabalhadores que ficam. Enquanto que os ordenados são congelados.
Mas os trabalhadores lutam e resistem. Porque quem luta sempre alcança, a luta é o caminho para a mudança das relações laborais, pelo respeito pelo trabalho, pelas condições de trabalho e principalmente pelos trabalhadores que são seres humanos que trabalham para o desenvolvimento do nosso país. Somos nós que produzimos riqueza e que fazemos as empresas laborarem.
Lutemos por melhores condições de trabalho e melhor qualidade de vida.
“QUEM LUTA NEM SEMPRE GANHA, MAS QUEM NÃO LUTA JÁ PERDEU!” – Ernesto “Ché” Guevara

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

El pueblo unido, jamás será vencido,
el pueblo unido jamás será vencido...

De pie, cantar
que vamos a triunfar.
Avanzan ya
banderas de unidad.
Y tú vendrás
marchando junto a mí
y así verás
tu canto y tu bandera florecer.
La luz
de un rojo amanecer
anuncia ya
la vida que vendrá.

De pie, luchar
el pueblo va a triunfar.
Será mejor
la vida que vendrá
a conquistar
nuestra felicidad
y en un clamor
mil voces de combate se alzarán,
dirán
canción de libertad,
con decisión
la patria vencerá.

Y ahora el pueblo
que se alza en la lucha
con voz de gigante
gritando: ¡adelante!

El pueblo unido, jamás será vencido,
el pueblo unido jamás será vencido...

La patria está
forjando la unidad.
De norte a sur
se movilizará
desde el salar
ardiente y mineral
al bosque austral
unidos en la lucha y el trabajo
irán,
la patria cubrirán.
Su paso ya
anuncia el porvenir.

De pie, cantar
el pueblo va a triunfar.
Millones ya,
imponen la verdad,
de acero son
ardiente batallón,
sus manos van
llevando la justicia y la razón.
Mujer,
con fuego y con valor,
ya estás aquí
junto al trabajador.

Y ahora el pueblo
que se alza en la lucha
con voz de gigante
gritando: ¡adelante!

El pueblo unido, jamás será vencido,
el pueblo unido jamás será vencido...

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

LLénate de mí

Llénate de mí.
Ansíame, agótame, viérteme, sacrifícame.
Pídeme. Recógeme, contiéneme, ocúltame.
Quiero ser de alguien, quiero ser tuyo, es tu hora,
Soy el que pasó saltando sobre las cosas,
el fugante, el doliente.

Pero siento tu hora,
la hora de que mi vida gotee sobre tu alma,
la hora de las ternuras que no derramé nunca,
la hora de los silencios que no tienen palabras,
tu hora, alba de sangre que me nutrió de angustias,
tu hora, medianoche que me fue solitaria.

Libértame de mí. Quiero salir de mi alma.
Yo soy esto que gime, esto que arde, esto que sufre.
Yo soy esto que ataca, esto que aúlla, esto que canta.
No, no quiero ser esto.
Ayúdame a romper estas puertas inmensas.
Con tus hombros de seda desentierra estas anclas.
Así crucificaron mi dolor una tarde.

Quiero no tener límites y alzarme hacia aquel astro.
Mi corazón no debe callar hoy o mañana.
Debe participar de lo que toca,
debe ser de metales, de raíces, de alas.
No puedo ser la piedra que se alza y que no vuelve,
no puedo ser la sombra que se deshace y pasa.

No, no puede ser, no puede ser, no puede ser.
Entonces gritaría, lloraría, gemiría.

No puede ser, no puede ser.
Quién iba a romper esta vibración de mis alas?
Quién iba a exterminarme? Qué designio, qué? palabra?
No puede ser, no puede ser, no puede ser.
Libértame de mí. Quiero salir de mi alma.

Porque tú eres mi ruta. Te forjé en lucha viva.
De mi pelea oscura contra mí mismo, fuiste.
Tienes de mí ese sello de avidéz no saciada.
Desde que yo los miro tus ojos son más tristes.
Vamos juntos. Rompamos este camino juntos.
Ser? la ruta tuya. Pasa. Déjame irme.
Ansíame, agótame, viérteme, sacrificarme.
Haz tambalear los cercos de mis últimos límites.

Y que yo pueda, al fin, correr en fuga loca,
inundando las tierras como un río terrible,
desatando estos nudos, ah Dios mío, estos nudos,
destrozando,
quemando,
arrasando
como una lava loca lo que existe,
correr fuera de mi mismo, perdidamente,
libre de mí, Curiosamente libre.
¡Irme, Dios mío, irme!

Pablo Neruda

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Em Sines, os trabalhadores resistem

De há quatro anos para cá que as relações laborais se vêm degradando cada vez mais. Mas com essa situação, a luta e resistência dos trabalhadores é directamente proporcional.

No Litoral Alentejano, mais propriamente na zona de Sines, uma zona fortemente industrializada, os episódios têm sido constantes.
Na ETAR da Ribeira dos Moinhos (Sines), os trabalhadores da Sisaqua, numa das muitas greves e manifestações por melhores condições de trabalho, melhor protecção do ambiente e um aumento salarial, foram fortemente reprimidos pelas forças da autoridade.
A intervenção da GNR não pode ser desligada da ofensiva do Governo do Partido Socialista que insiste no ataque ao regime democrático, à limitação das liberdades e direitos conquistados com o 25 de Abril de 1974.

Com a entrada em “lay-off” da Repsol Polimeros que afecta directamente 50% dos cerca de 500 trabalhadores (entretanto suspensa), mais de dois terços (cerca de 400) dos trabalhadores sub-contratados foram dispensados (uns despedidos, outros de férias). Na maioria jovens trabalhadores com vínculos de contrato precário.

Também alguns jovens que estagiavam ficaram sem prespectiva de futuro nos quadros da empresa, quando no fim do estágio foram dispensados.

Também na Central Termoeléctrica da EDP de Sines, a luta por uma revisão de salários e melhores condições de trabalho, por parte dos trabalhadores da Manindustria (uma empresa sub-contratada) tem sido uma constante. Estes operadores de carvão, essencial à produção de electricidade, ao fim de vários dias de greve, conseguiram alcançar um direito que era legitimamente justo!

Porque quem luta sempre alcança, a luta é o caminho para a mudança das relações laborais, pelo respeito pelo trabalho, pelas condições de trabalho e principalmente pelos trabalhadores que são seres humanos que trabalham para o desenvolvimento do nosso país. São eles que produzem riqueza e que fazem as empresas laborarem.

“Quem luta nem sempre ganha. Mas quem não luta já perdeu.”
– Ernesto “Ché” Guevara


Nuno Francisco,in AGIT, Setembro 2009

quarta-feira, 8 de julho de 2009